Hoje, 23 de junho, é o dia da Mulher Engenheira. Para a Associação de Engenheiros e Arquitetos de Maringá, é uma data propícia para algumas reflexões sobre a participação do universo feminino no ensino superior e, sobretudo, no mercado de trabalho.
É nítido que houve uma grande evolução das mulheres nas profissões mais destacadas do mercado. Na Engenharia não é diferente.
De acordo com o Censo da Educação Superior 2017, realizado pelo MEC e divulgado em 2018, 55,2% dos estudantes que ingressavam nas faculdades do país eram mulheres. Como o número de desistências é maior entre os homens, o universo feminino era responsável por 61,1% dos diplomas nos cursos superiores.
Na época, entre os 20 maiores cursos em número de alunos, estavam Engenharia Civil, com 105.651 mulheres inscritas, contra 241.176 homens; e Engenharia de Produção, com 56.932 mulheres inscritas contra 105.495 homens.
Em seis cursos de Engenharia, as mulheres eram maioria: Alimentos (62,9%); Bioprocessos e Biotecnologia (59,4%); Têxtil (53,6%); Química (50,8%), Recursos Hídricos e do Meio Ambiente (50,4%) e Ambiental e Sanitária (50,2%).
No caso específico das engenharias, o Confea aponta que há um aumento ininterrupto de ingresso de mulheres na área desde 2012. Em 2017, segundo o conselho, cerca de 28% do total de novos registros no órgão eram de mulheres. Apesar da evolução, ainda há muito caminho para que as elas possam percorrer para chegar a igualdade de condições no mercado de trabalho das engenharias.
Entre as batalhas das mulheres estão a luta por uma remuneração mais justa e melhores condições de trabalho, incluindo aqui as questões do assédio e da discriminação, já que por muito tempo a Engenharia foi vista como uma “profissão masculina”. Há dois anos, a AEAM chegou inclusive a fazer uma campanha pelo fim do assédio nas obras em Maringá.
O que as mulheres querem, não é ser comparadas aos homens. Elas lutam pelo respeito, enquanto profissionais, e pela igualdade de condições de trabalho. “Mulheres e homens podem desempenhar as mesmas funções e com a mesma qualidade. Não há razões para haver diferenças na remuneração ou no tratamento das profissionais”, sentencia o presidente da AEAM, Gilberto Delgado.